Antes de mais nada: essa mensagem (post) é apenas um posicionamento, uma opinião, não tenho a intenção de elaborar polêmicas. Durante a última semana, estive observando no Orkut e em alguns blogs da Internet comunidades e pessoas que se dizem "ateus", "livre de crenças" ou "livres de deuses".
Não quero discutir a validade de tais "crenças", pois eles também crêem que Deus não existe. Isso não seria uma crença? Crêem que estão no mundo e no universo por si sós. Isso também não seria uma crença? E ai poderiam ser interpostas uma série muito grande de questionamentos; contudo, o que mais me chama a atenção é que em nada diferem dos ditos fanáticos religiosos. Poderia dizer que são os fanáticos anti-religiosos.
Basta pesquisar e constatar que tratam as crenças, credos, seitas e religiões como "idiotices", coisa de gente "estúpida", "sem conhecimento", "ignorante". É nesse ponto que se revelam como intolerantes, da mesma forma como são intolerantes os islâmicos terroristas na sua busca pelo céu de Alá, explodindo gente inocente. São intolerantes como a Inquisição Católica queimando bruxas. São intolerantes como evangélicos que chutam, tripudiam e cospem em imagens sagradas de outras religiões.
Tais atitudes são todas incongruentes com o humanismo, com a compaixão, com a civilidade. Não vejo dificuldade em ser ateu e esquecer as ofensas ao restante do mundo que crê num Deus, Alá, Jeová, Buda, Maomé, Cristo, Krishna ou qualquer outro ser dito como iluminado, divino ou profético. A tolerância religiosa (ou atéica) parece-me ser uma atitude tão simples a ser tomada que não tê-la chega a ser, isso sim, uma estupidez, uma ignorância, uma falta de conhecimento. A paz da consciência aberta e livre para crer, descrer ou não crer é fundamental para a paz mundial.
Agora, acusar uma pessoa crente de ignorante ou burra é uma violência. Quem assim age e está sendo tão ou mais violento quanto toda as atitudes historicamente conhecidas de violência religiosa. As pessoas têm direito à sua dignidade e ao respeito ao seu credo (ou não-credo). Vamos sim lutar pelo direito de todos, sem ofensas, sem máculas, sem desrespeito.
23 maio 2006
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