Vejam como uma coisa leva a outra... Outro dia eu pesquisava na internet e descobri uns vídeos sobre uma modalidade esportiva chamada Le Parkour. É um esporte que consiste em trabalhar o corpo para superar obstáculos existentes numa paisagem urbana, conferindo ao praticante maior agilidade, controle motor e rapidez nas repostas instintivas. Do Le Parkour cheguei a conhecer um pouco sobre David Belle, um dos seus criadores e promotores pelo mundo. Do David Belle fiquei conhecendo sobre um filme em que participou, Distrito 13 (B13 - Banlieue 13).
O filme não pode se chamado de uma obra-prima e nem pode ser considerando imperdível, mas há dois aspectos que chamam atenção. A história desenrola-se numa Paris futurista, ano de 2010, na qual bairros considerados perigosos, são murados, a exemplo do Gueto de Varsóvia e da Berlim pós-2a Guerra Mundial). A entrada e a saída nesses distritos são controlados pela polícia e pelo departamento de segurança nacional.
O primeiro aspecto importante é a oportunidade de vermos David Belle demonstrando o Le Parkour na prática, em cenas extremamente incríveis e sem o uso de dublês ou efeitos especiais. O que em qualquer outro filme seria alvo de rótulos como "lenda" ou "fantasioso", aqui aparece altamente integrado à trama. É uma cena admirável que realmente prende a atenção, dada a excelência de movimentos praticados numa fuga de Leito (nome da personagem principal).
O segundo aspecto, para o qual temos de chamar mais atenção é para a preocupação social com as periferias da cidade de Paris. As pessoas pobres, em geral, filhos de imigrantes são isolados da parcela elitizada da cidade e vão tendo, aos poucos, seus direitos básicos negados, como educação, segurança, lazer, trabalho e saneamento básico. É o início de um plano de limpeza étnica.
Motivado pelos acontecimentos ocorridos no último ano e meio, em que centenas de carros eram queimados por dia e um festival de violência urbana dominava as ruas, o filme faz uma forte crítica a estas questões sociais. Não esperem um filme cabeça ou engajado, pois não é. É um filme de ação, com muitas lutas, rajadas de metralhadora, perseguição de carros. Agora, é inegável que exemplos fictícios como o do filme estão bem perto de serem tornados realidade em diversas partes do mundo, do Oriente Médio ao Rio de Janeiro, de Erechim a Los Angeles.
28 maio 2006
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Um comentário:
Impressionante o cressimento desse esporte (Le Parkour). Aqui em porto alegre tenho alguns alunos que praticam. Esses dias fui a Pelotas e encontrei alguns jovens praticando...
Sobre o filme, realmente é muito bom! Já fazem alguns meses que assisti e não tinha feito a ligação como o Parkour. Lembro que ao pegá-lo nas prateleiras da locadora olhei "meio atravessado" parecia uma produção americana, com rappers e etc... Mas para minhas surpresa, não era!
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