O terceiro e o quarto último dia do evento foram bastante proveitosos. Foi dada continuidade às sessões técnicas. Uma das atividades mais interessantes a que pudemos assistir foi a Maratona de Programação Paralela, na qual estudantes de diversas universidade eram desafiados a paralelizar alguns problemas clássicos em computação. O objetivo era verificar quem conseguia obter o maior speedup.
Ainda houve duas palestras muito interessantes, as quais comentarei com mais calma no meu retorno. O Prof. Kazuaki Murakami, da Universidade de Kyushu, falou sobre o projeto PetaScale, cujo objetivo é construir um computador com desempenho de dezenas de petaflops. já a Profa. Margaret Martonosi, da Universidade de Princeton, falou sobre o Projeto Zebranet, no qual uma rede de sensores móveis são utilizados para rastrear os movimentos de zebras num parque nacional no Quênia.
Ao retornar pra casa, vou comentar mais detalhadamente sobre o evento... Estar fora de seu computador e pagando internet é brabo!!! Um grande abraço.
21 outubro 2006
19 outubro 2006
SBAC2006 - Ouro Preto: Parte 3 - O Simpósio Começa em Grande Estilo
Ok, ok, eu tenho fotos do evento, mas não estou conseguindo postar porque não trouxe o notebook ("Travel light, travel fast"). Prometo assim que puder colocarei aqui as fotos. Por enquanto, vamos aos fatos.
De primeira, quero dar um conselho, em especial aos meus alunos: estude inglês e perca a vergonha de falar numa língua estrangeira. Falar inglês não é mais um extra, é fundamental. É interessante ver, numa cidade como Outro Preto, no interior de Minas Gerais, essa quantidade impressionante de turistas estrangeiros. Além disso, num simpósio como o SBAC, apresentar em inglês é oibrigatório e já pude ver alguns mestrandos, doutorandos e até professores passando um dobrado.
Nesta quarta-feira, o evento foi marcado pelo início das sessões técnicas, nas quais foi possível entrar em contato com trabalhos de pesquisa de alta qualidade, nas mais diversas áreas. As sessões técnicas versaram sobre: Aplicações de Alto Desempenho, Computação em Grids e Clusters e Microarquitetura de Processadores.
O ponto alto do dia foi a palestra do Prof. Joel Saltz, da Ohio State University, quando apresentou a caGrid, uma iniciativa para o gerenciamento, pesquisa e convergência de estruturas maciças de armazenamento de dados. Esse projeto pretende congregar, através de um grid, dados de imagens médicas e pesquisas em bioquímica, medicina e biofísica, a fim de aprimorar o fluxo de informações de pesquisas sobre o cancêr em várias universidades estadunidenses.
O dia encerrou-se com um excelente coquetel de recepção, com comida típica mineira e bebidas da terra. Foram servidos torresmo, mandioca frita, linguiça caipira, iscas de lombo, além de diversos tipos de queijos e frios, típicos da terrinha. Para degustação havia cachaças de Salinas, inclusive a famosa, que também leva o nome da cidade. Um grupo de chorinho e samba animou a noite.
De primeira, quero dar um conselho, em especial aos meus alunos: estude inglês e perca a vergonha de falar numa língua estrangeira. Falar inglês não é mais um extra, é fundamental. É interessante ver, numa cidade como Outro Preto, no interior de Minas Gerais, essa quantidade impressionante de turistas estrangeiros. Além disso, num simpósio como o SBAC, apresentar em inglês é oibrigatório e já pude ver alguns mestrandos, doutorandos e até professores passando um dobrado.
Nesta quarta-feira, o evento foi marcado pelo início das sessões técnicas, nas quais foi possível entrar em contato com trabalhos de pesquisa de alta qualidade, nas mais diversas áreas. As sessões técnicas versaram sobre: Aplicações de Alto Desempenho, Computação em Grids e Clusters e Microarquitetura de Processadores.
O ponto alto do dia foi a palestra do Prof. Joel Saltz, da Ohio State University, quando apresentou a caGrid, uma iniciativa para o gerenciamento, pesquisa e convergência de estruturas maciças de armazenamento de dados. Esse projeto pretende congregar, através de um grid, dados de imagens médicas e pesquisas em bioquímica, medicina e biofísica, a fim de aprimorar o fluxo de informações de pesquisas sobre o cancêr em várias universidades estadunidenses.
O dia encerrou-se com um excelente coquetel de recepção, com comida típica mineira e bebidas da terra. Foram servidos torresmo, mandioca frita, linguiça caipira, iscas de lombo, além de diversos tipos de queijos e frios, típicos da terrinha. Para degustação havia cachaças de Salinas, inclusive a famosa, que também leva o nome da cidade. Um grupo de chorinho e samba animou a noite.
18 outubro 2006
SBAC2006 - Ouro Preto: Parte 2 - As primeiras impressões
O primeiro dia de evento foi tranqüilo. Os dias mais puxados serão quarta e quinta. Abrindo os trabalhos do simpósio houve três eventos paralelos: o WEAC (Workshop de Educação em Arquitetura de Computadores), o PARGOV (Workshop sobre Clusters e Grids Aplicados a Governança Eletrônica), o WVAD (Workshop em Visualização de Alto Desempenho) e o HPCLIFE (Workshop on High Performance Computing in the Life Sciences).
Além desses eventos, houve ainda um tutorial muito interessante com o Prof. Jean-Luc Gaudiot, intitulada "The Walls of Computer Design", na qual ele tratou de relacionar e discutir os principais desafios (barreiras, "walls") no projeto de computadores. Entre eles, citou com bastante ênfase o uso de Chip Multiprocessors (CMP, processadores multicore) e de Simultaneous MultiThreading (SMT). A mensagem principal é de que definitivamente é necessário investir em paralelismo de instruções e threads, ao invés de buscar alternativas físicas para aumentar a freqüência de processadores.
Encerrando o dia, foram apresentados dois minicursos: "WebServices para Computação de Alto Desempenho", apresentado pelo Prof. Alexandre Caríssimi (UFRGS) e "Arquitetura de Processadores com Conjunto de Instrução Reconfigurável", pelo Prof. Ivan Saraiva (UFRN).
Para terminar bem o dia em Ouro Preto, chuva TORRENCIAL. Muito aguaceiro, parecia que o céu ia desabar sobre a cidade... A manhã de quarta-feira continua com chuva...
Além desses eventos, houve ainda um tutorial muito interessante com o Prof. Jean-Luc Gaudiot, intitulada "The Walls of Computer Design", na qual ele tratou de relacionar e discutir os principais desafios (barreiras, "walls") no projeto de computadores. Entre eles, citou com bastante ênfase o uso de Chip Multiprocessors (CMP, processadores multicore) e de Simultaneous MultiThreading (SMT). A mensagem principal é de que definitivamente é necessário investir em paralelismo de instruções e threads, ao invés de buscar alternativas físicas para aumentar a freqüência de processadores.
Encerrando o dia, foram apresentados dois minicursos: "WebServices para Computação de Alto Desempenho", apresentado pelo Prof. Alexandre Caríssimi (UFRGS) e "Arquitetura de Processadores com Conjunto de Instrução Reconfigurável", pelo Prof. Ivan Saraiva (UFRN).
Para terminar bem o dia em Ouro Preto, chuva TORRENCIAL. Muito aguaceiro, parecia que o céu ia desabar sobre a cidade... A manhã de quarta-feira continua com chuva...
17 outubro 2006
SBAC2006 - Ouro Preto: Parte 1 - Histórias de ônibus
Bem, essa semana estou participando do SBAC (Simpósio Brasileiro de Arquitetura de Computadores) que está sendo realizado em Ouro Preto. Antes de vir ao evento estava em Juiz de Fora, em visita familiar. Começa aí a aventura...
Quem já viajou entre cidades do interior de Minas, sabe como a coisa funciona: é viajar de "cata-jeca" e fazer baldeação. Comigo não foi diferente. A opção mais simples de transporte por ônibus era via Conselheiro Lafaiete, com espera de 1 hora entre um ônibus e outro. Contudo o mais marcante é o "cata-jeca" (o mesmo que "ônibus pinga-pinga" no sul), uma linha que vinha parando pra qualquer moita que se mexesse com o vento na estrada. Esse horário em que eu fui pára em Santos Dumont, Barbacena, Ressaquinha e Carandaí, antes de Lafaiete; depois para em Congonha, antes do final em Beagá (Belzonte ou Belo Horizonte).
Fora as paradas, o trajeto foi tranquilo, saindo de JF às 07:00 e chegando em Ouro Preto às 12:30. O lance depois foi encontrar a pousada e o Centro de Convenções. Ladeira, ladeira, ladeira... Daquelas que nem cabrito de kichute sobe tranqüilo. O que mais desespera é quando você vê só descida: a volta será SÓ SUBIDA!
Mas Ouro Preto continua linda e acolhedora, com aquele ar de que parou no tempo... Outra hora eu falo mais sobre o congresso e algumas histórias do ônibus. Claro! Jeca (que nem eu) ouvindo jeca, tem de ter causo.
Quem já viajou entre cidades do interior de Minas, sabe como a coisa funciona: é viajar de "cata-jeca" e fazer baldeação. Comigo não foi diferente. A opção mais simples de transporte por ônibus era via Conselheiro Lafaiete, com espera de 1 hora entre um ônibus e outro. Contudo o mais marcante é o "cata-jeca" (o mesmo que "ônibus pinga-pinga" no sul), uma linha que vinha parando pra qualquer moita que se mexesse com o vento na estrada. Esse horário em que eu fui pára em Santos Dumont, Barbacena, Ressaquinha e Carandaí, antes de Lafaiete; depois para em Congonha, antes do final em Beagá (Belzonte ou Belo Horizonte).
Fora as paradas, o trajeto foi tranquilo, saindo de JF às 07:00 e chegando em Ouro Preto às 12:30. O lance depois foi encontrar a pousada e o Centro de Convenções. Ladeira, ladeira, ladeira... Daquelas que nem cabrito de kichute sobe tranqüilo. O que mais desespera é quando você vê só descida: a volta será SÓ SUBIDA!
Mas Ouro Preto continua linda e acolhedora, com aquele ar de que parou no tempo... Outra hora eu falo mais sobre o congresso e algumas histórias do ônibus. Claro! Jeca (que nem eu) ouvindo jeca, tem de ter causo.
04 outubro 2006
Longe do Brasil
No final do ano de 1999, passei seis meses num estágio-sanduíche nos Estados Unidos. Mais exatamente estive na Purdue University, em West Lafayette, estado de Indiana. Foi uma experiência ímpar, na qual tive inclusive a alegria de conhecer a cidade de Chicago, mas também fez-me ver o quanto a grande "Terra Brasilis" é maravilhosa. Saudade, muita saudade do Brasil, dos amigos, da família, do pão de queijo, da pamonha, de tudo um pouco...
Naqueles dias, em meio ao frio (inverno de -15 graus!) havia dias em que só me restava escrever, escrever e escrever. Cartas, artigos, apostilas e, sobretudo, poesias. Daqueles dias, essa poesia abaixo foi um retrato do que via e sentia. Espero que gostem.
TODOS OS MARES SÃO IGUAIS?
Navio no oceano
Porto único
Tantos mares
Tantas venturas
Todavia há de retornar
Tua âncora é
Tão longa quanto mil milhas
Cada uma mede outras mil
Todavia há de retornar
Cores estranhas
Sons estranhos
Sonhos estranhos
Deuses bizarros
Sua cor, seu som, seus sonhos, seu Deus
Não são melhores
Não são maiores
São seus...
E ainda há de retornar
Pensa que tudo mudou
Pensa que tudo está igual
Nada mudou
Nem permanece igual
E é ainda o mesmo menino
O mesmo homem
Com filosofias tão novas
E anseia retornar
Naqueles dias, em meio ao frio (inverno de -15 graus!) havia dias em que só me restava escrever, escrever e escrever. Cartas, artigos, apostilas e, sobretudo, poesias. Daqueles dias, essa poesia abaixo foi um retrato do que via e sentia. Espero que gostem.
TODOS OS MARES SÃO IGUAIS?
Navio no oceano
Porto único
Tantos mares
Tantas venturas
Todavia há de retornar
Tua âncora é
Tão longa quanto mil milhas
Cada uma mede outras mil
Todavia há de retornar
Cores estranhas
Sons estranhos
Sonhos estranhos
Deuses bizarros
Sua cor, seu som, seus sonhos, seu Deus
Não são melhores
Não são maiores
São seus...
E ainda há de retornar
Pensa que tudo mudou
Pensa que tudo está igual
Nada mudou
Nem permanece igual
E é ainda o mesmo menino
O mesmo homem
Com filosofias tão novas
E anseia retornar
03 outubro 2006
O Que É Ser Mineiro?
Os meus amigos mais próximos sabem que, apesar de ter nascido na incrível e adorável (ao menos para mim) cidade de São Paulo, amo Minas Gerais (ou pelo menos quase todo o estado). Mais especialmente, amo a cidade de Juiz de Fora. Mas o que poucos sabem é o que JF ("jotaéfe", é assim que os nativos e amantes dessa cidade a chamam) significa pra mim.
Antes de qualquer coisa, em JF descobri minha profissão, minha paixão pela poesia, a vida adulta, os grandes amigos que carrego até hoje no coração. Querem mais detalhes? Então essa é a minha lista pessoal, contendo os significados de "Ser um Jovem Mineiro (de Juiz de Fora)":
- Estudar no CTU (Colégio Técnico Universitário).
- Ter milhares de histórias pra contar do tempo de CTU.
- Ter estudado Informática Industrial.
- Ser da 3a turma formada na Informática Industrial
- Ter sido professor do CTU.
- Gritar, pular e torcer nos intercursos e interclasses do CTU.
- Criar dezenas de gritos de guerra pra torcida do seu curso.
- Ter o prazer de ver a minha turma bater a, até então, imbatível turma de Metalurgia no vôlei.
- Namorar depois da aula (ou cabular aula) sentado sob as árvores da UFJF (onde ficava o CTU)
- Passar mal com a comida do bandejão do R.U.
- Ter o (des)prazer de andar de "pretão" (circular da universidade), quando ele ainda existia.
- Participar das rixas com a Faculdade de Engenharia.
- Passear no calcadão da Rua Halfeld (foto acima) no sábado de manhã.
- Marcar com um encontro com alguém no relógio (foto acima) do Parque Halfeld (e usar o relógio como referência máxima pra atrasos ou desculpas)
- Comer um sanduíche do Mary Milk, no final da balada.
- Ter dançado nos bailes da danceteria Dream´s.
- Ter jogado boliche na Murilândia.
- Ter tentado de tudo pra entrar no Vivabella (mas não te deixavam, porque era "de menor")
- Ter economizado dinheiro para entra na Squadro (e não poder entrar porque era "de menor" e não tinha "pai rico")
- Passar o domingo de tarde no Museu Mariano Procópio.
- Fazer o programa de índio no sábado com a turma e ir de trem até Matias Barbosa (e voltar correndo, porque não tem nada pra fazer lá).
- Ir na Festa das Nações.
- Ir na Exposição Agropecuária e Industrial da cidade.
- Levar a namorada até o Manoel Honório Procópio a pé porque nenhum dos dois tinha dinheiro pro ônibus.
- Andar a pé de Santa Terezinha até São Mateus na hora do almoço, porque não tinha dinheiro pro ônibus.
- Pedir carona pra ir pra ou vir da Universidade porque não tinha dinheiro pro ônibus.
- Andar a pé pra qualquer lugar porque NUNCA tinha dinheiro pro ônibus.
- Fazer um passeio de bicicleta de São Mateus a Benfica, mas por puro prazer de passear (já devem perguntar: "Porque não ia de bicicleta, se não tinha dinheiro pro ônibus?)
- Comer um cigarrete de queijo e presunto com um suco de açaí e guaraná no Marechal Center.
- Comer um docinho da Fábrica de Doces Brasil
- Comer uma picanha na pedra, com pãozinho de alho e vinagrete, acompanhada por um delicioso chopp na Churrasqueira de São Mateus.
- Pegar filme na Imagem Video Show.
- Ir na missa das 20:00 em São Mateus pra ver as meninas indo pra balada depois.
- Saber o nome de todas as transversais (lado esquerdo e direito) da Av. Rio Branco desde a Independência até a Getúlio.
- Comer um pastel na pastelaria Rolante Mexicana.
- Comer um torresmo no Bar do Bigode.
- Ter conhecido bares históricos como o "Balcão", "Meninos Geraes", "Batata Belga", "Milk Shake", "Gilbertinho´s", "Garfo e Faca", "Muhareb", "Em Kantu´s", "Piriá", "Chez Moi", entre tantos outros já extintos.
- Tomar uma coca-cola num boteco do centro da cidade.
- Ter assistido um filme no Veneza ou no Excelsior (no tempo em que os cinemas cabiam mais do que três casais e meio)
- subir o morro da Halfeld para estudar no CES (Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora).
- Estudar Processamento de Dados no CES (porque era considerado curso de homem), mas adorar as meninas da Psicologia (que era considerado curso de mulher).
- Ter feito estágio na Siderúrgica Mendes Júnior (um dos melhores na época), que depois virou Mendes Júnior Siderurgia e hoje é Parte da Belgo Mineira.
- Não conseguir esconder de todo mundo que você estava fazendo estágio na Mendes Júnior, pois inevitavelemente engordava uns 3 quilos com a ótima comida do refeitório da fábrica.
- Ir visitar um amigo e morrer de tanto comer pão de queijo, broa de milho, bolo de fubá, biscoitinho de nata, doce de leite com queijo minas, romeu e julieta... Tudo isso porque é uma tremenda desfeita recusar comida!!!!
- Conhecer a mãe de todos os seus amigos pelo primeiro nome, chamá-las de tia e ter respeito igual ao que você tem pela sua mãe. Afinal, elas são mães-interinas enquanto você estiver dentro da casa delas.
- Reunir no Largo do Alto dos Passos, em frente ao McDonald´s pra comemorar a vitória da Seleção na Copa do Mundo (1994 foi fantástico!!!)
- Ter algum grande amigo ou amiga descendente de libaneses e adorar ir na casa dele no dia de festa, porque a comida é boa demais da conta!!!
- Namorar na pracinha de São Mateus tomando sorvete.
- Tentar pegar um avião pra ir a Juiz de Fora e sempre pousar no Rio de Janeiro, porque o aeroporto está quase sempre interditado (morro, morro, morro, tempo fechado... quem decidiu o local daquele aeroporto?)
- Adorar a vista da cidade do alto do morro do Cristo.
- torcer pra um time do Rio (Flamengo até morrer!), passar Carnaval em Piúma (ES) e fazer compras de inverno em Petrópolis (RJ).
Olha, essa lista poderia ser muito maior, mas a gente tem de saber quando parar, ou a saudade acaba matando a gente...
Antes de qualquer coisa, em JF descobri minha profissão, minha paixão pela poesia, a vida adulta, os grandes amigos que carrego até hoje no coração. Querem mais detalhes? Então essa é a minha lista pessoal, contendo os significados de "Ser um Jovem Mineiro (de Juiz de Fora)":
- Estudar no CTU (Colégio Técnico Universitário).
- Ter milhares de histórias pra contar do tempo de CTU.
- Ter estudado Informática Industrial.
- Ser da 3a turma formada na Informática Industrial
- Ter sido professor do CTU.
- Gritar, pular e torcer nos intercursos e interclasses do CTU.
- Criar dezenas de gritos de guerra pra torcida do seu curso.
- Ter o prazer de ver a minha turma bater a, até então, imbatível turma de Metalurgia no vôlei.
- Namorar depois da aula (ou cabular aula) sentado sob as árvores da UFJF (onde ficava o CTU)
- Passar mal com a comida do bandejão do R.U.
- Ter o (des)prazer de andar de "pretão" (circular da universidade), quando ele ainda existia.
- Participar das rixas com a Faculdade de Engenharia.
- Passear no calcadão da Rua Halfeld (foto acima) no sábado de manhã.
- Marcar com um encontro com alguém no relógio (foto acima) do Parque Halfeld (e usar o relógio como referência máxima pra atrasos ou desculpas)
- Comer um sanduíche do Mary Milk, no final da balada.
- Ter dançado nos bailes da danceteria Dream´s.
- Ter jogado boliche na Murilândia.
- Ter tentado de tudo pra entrar no Vivabella (mas não te deixavam, porque era "de menor")
- Ter economizado dinheiro para entra na Squadro (e não poder entrar porque era "de menor" e não tinha "pai rico")
- Passar o domingo de tarde no Museu Mariano Procópio.
- Fazer o programa de índio no sábado com a turma e ir de trem até Matias Barbosa (e voltar correndo, porque não tem nada pra fazer lá).
- Ir na Festa das Nações.
- Ir na Exposição Agropecuária e Industrial da cidade.
- Levar a namorada até o Manoel Honório Procópio a pé porque nenhum dos dois tinha dinheiro pro ônibus.
- Andar a pé de Santa Terezinha até São Mateus na hora do almoço, porque não tinha dinheiro pro ônibus.
- Pedir carona pra ir pra ou vir da Universidade porque não tinha dinheiro pro ônibus.
- Andar a pé pra qualquer lugar porque NUNCA tinha dinheiro pro ônibus.
- Fazer um passeio de bicicleta de São Mateus a Benfica, mas por puro prazer de passear (já devem perguntar: "Porque não ia de bicicleta, se não tinha dinheiro pro ônibus?)
- Comer um cigarrete de queijo e presunto com um suco de açaí e guaraná no Marechal Center.
- Comer um docinho da Fábrica de Doces Brasil
- Comer uma picanha na pedra, com pãozinho de alho e vinagrete, acompanhada por um delicioso chopp na Churrasqueira de São Mateus.
- Pegar filme na Imagem Video Show.
- Ir na missa das 20:00 em São Mateus pra ver as meninas indo pra balada depois.
- Saber o nome de todas as transversais (lado esquerdo e direito) da Av. Rio Branco desde a Independência até a Getúlio.
- Comer um pastel na pastelaria Rolante Mexicana.
- Comer um torresmo no Bar do Bigode.
- Ter conhecido bares históricos como o "Balcão", "Meninos Geraes", "Batata Belga", "Milk Shake", "Gilbertinho´s", "Garfo e Faca", "Muhareb", "Em Kantu´s", "Piriá", "Chez Moi", entre tantos outros já extintos.
- Tomar uma coca-cola num boteco do centro da cidade.
- Ter assistido um filme no Veneza ou no Excelsior (no tempo em que os cinemas cabiam mais do que três casais e meio)
- subir o morro da Halfeld para estudar no CES (Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora).
- Estudar Processamento de Dados no CES (porque era considerado curso de homem), mas adorar as meninas da Psicologia (que era considerado curso de mulher).
- Ter feito estágio na Siderúrgica Mendes Júnior (um dos melhores na época), que depois virou Mendes Júnior Siderurgia e hoje é Parte da Belgo Mineira.
- Não conseguir esconder de todo mundo que você estava fazendo estágio na Mendes Júnior, pois inevitavelemente engordava uns 3 quilos com a ótima comida do refeitório da fábrica.
- Ir visitar um amigo e morrer de tanto comer pão de queijo, broa de milho, bolo de fubá, biscoitinho de nata, doce de leite com queijo minas, romeu e julieta... Tudo isso porque é uma tremenda desfeita recusar comida!!!!
- Conhecer a mãe de todos os seus amigos pelo primeiro nome, chamá-las de tia e ter respeito igual ao que você tem pela sua mãe. Afinal, elas são mães-interinas enquanto você estiver dentro da casa delas.
- Reunir no Largo do Alto dos Passos, em frente ao McDonald´s pra comemorar a vitória da Seleção na Copa do Mundo (1994 foi fantástico!!!)
- Ter algum grande amigo ou amiga descendente de libaneses e adorar ir na casa dele no dia de festa, porque a comida é boa demais da conta!!!
- Namorar na pracinha de São Mateus tomando sorvete.
- Tentar pegar um avião pra ir a Juiz de Fora e sempre pousar no Rio de Janeiro, porque o aeroporto está quase sempre interditado (morro, morro, morro, tempo fechado... quem decidiu o local daquele aeroporto?)
- Adorar a vista da cidade do alto do morro do Cristo.
- torcer pra um time do Rio (Flamengo até morrer!), passar Carnaval em Piúma (ES) e fazer compras de inverno em Petrópolis (RJ).
Olha, essa lista poderia ser muito maior, mas a gente tem de saber quando parar, ou a saudade acaba matando a gente...
02 outubro 2006
Carioquês - Parte 2
Aqui vai a segunda e última parte do "carioquês". Andaram me perguntando se a maior parte dessas palavras não é de uso nacional. Eu concordei que sim, mas há uma explicação que precisa ser posta.
Atualmente, no país, o maior canal de mídia e comunicação é a Rede Globo. Sem nenhuma preocupação com sua projeção nacional, a Globo acaba por massificar o falar e o conjunto de gírias brasileiras, por expor de forma tão incisiva a sociedade carioca em suas novelas, mini-séries e programas humorísticos. Essa é a razão pela qual achamos que "irado", "mano" e "véio" são de uso nacional. Essa e muitas outras gírias foram criadas no Rio de Janeiro e exportadas para outras regiões brasileiras.
Sem nenhum demérito para os cariocas ou para outras culturas em nosso país, acaba havendo assim, uma massificação. Por isso é que vocabulários como o dos mineiros, nordestinos ou gaúchos tornam-se tão peculiares e distintivos.
Não estendendo demais a introdução, trago aqui mais algumas expressões de uso carioca.
Vocabulário (continuação)
maluco - s.m. 1. cara, sujeito, indivíduo, em geral sem flexão de número, existindo somente no singular ("Não conheço aquele maluco", "Tava com uns maluco da faculdade").
mané - s.m. 1. otário, vacilão, prego, sujeito que pisa na bola.
maneiro (manero) - adj. 1. show de bola, muito legal. Também muito usado no superlativo: maneiríssimo
maraca - nenhum carioca vai ao "Estádio do Maracanã", eles vão ao "maraca"
média - s.f. 1. apenas uma xícara de café com leite, também chamado em outros estados de "pingado".
meRRRmão - s.m. 1. diz-se do nativo do Rio de Janeiro do sexo masculino, formado por aglutinação da expressão "Meu Irmão"
mó - adv. 1. usado como advérbio de intensidade, substituindo, em quase tudo, a palavra muito, é formada por redução da palavra "maior" ("mó mané", "mó otário", "mó legal", "mó manero"="maneiríssimo").
mulé - s.f. 1. usado paras os meRRRmão do sexo feminino, em geral a namorada de algum meRRRmão chegado.
parada - s.f. 1. palavra de uso genérico, de uso muito similar ao "trem" do vocabulário mineirês ("O professor ensinou uma parada bem maneira em Java.", "Assisti uma parada legal no cinema", "Esqueci uma parada em casa.").
paraíba - s.m. 1. qualquer indivíduo nascido ou residente acima do paralelo que passa por Copacabana, alguns cariocas têm um certo preconceito contra nordestinos e generalizam tudo como "paraíba". 2. Em geral usado por quem faz besteira no trânsito ("Não tá vendo que é contramão, paraíba?")
podrão - s.m. 1. típico prato da madrugada carioca. Em geral um sanduíche comprado em barraquinhas "suspeitas" (ao menos para a vigilância sanitária, pois em geral os donos são "peixe" dos meRRRmão). Esse tipo de cachorro-guente leva de tudo que você possa imaginar. Se você achou que não é possível colocar tudo, pense em algo e colocar, afinal o podrão é seu e o nome característico diz tudo, não?
porra - é importante frisar que esse vocábulo, para um carioca, não tem conotação chula, apesar de conhecerem a etimologia. 1. usada como interjeição de dor, raiva, angústia, sofrimento, morte iminente, traição, carestia, ou seja, o que você quiser ("Porra!"). 3. sinônimo que, em geral substitui "parada", mas com ar de desaprovação ou estranheza.
porrada - diferente de outros estados, não significa briga ou pancadaria, sendo usado como um coletivo genérico ("O professor deu uma porrada de zeros!", "Tinha uma porrada de gente na fila", "matilha"="porrada de câes", "enxame"="porrada de abelhas")
posto - jamais pergunte onde fica o posto mais próximo se você estiver no Rio de Janeiro, provavelmente vão ensinar-lhe como chegar a Ipanema, Leblon, Copacabana ou qualquer outra praia. No Rio de Janeiro, "posto" é como chamam os "postos de salva-vidas", e que não numerados (todo carioca sabe a localização e o número de todos os postos). Se precisar de um "posto de gasolina", seja mais específico.
prego - s.m. 1. o mesmo que mané
puRRRque - o mesmo que "porque", "por que", "porquê" e "por quê".
puto - s.m. 1. o mesmo que mané. Um gaúcho irá estranhar o uso da palavra, pois no Rio Grande do Sul é sinônimo para "viado", "bicha", "gay".
queimá a laRRRgada - sair mais cedo, em geral para almoçar.
quentinha - o mesmo que "vianda" no Rio Grande do Sul e "marmitex" em São Paulo.
rapá - rapaz. Usado para se referir à quem se fala, mas que normalmente não é um meRRRmão, é desconhecido. ("E aê rapá?")
sacode - essa sim significa briga ou pancadaria, mas em geral é definitiva. Quem toma um sacode de um meRRRmão aprende a deixar de ser mané.
sangue - redução de "sangue-bom", uma pessoa "mó" legal, gente boa e agradável, um meRRRmão maneiríssimo. Costuma-se usar também a sigla "CB" (isso mesmo: "cê-bê")
vaza - o mesmo que "vai embora daqui" ou "some da minha frente já!"
X9 - o mesmo que alcagüete, ou seja, delator.
Atualmente, no país, o maior canal de mídia e comunicação é a Rede Globo. Sem nenhuma preocupação com sua projeção nacional, a Globo acaba por massificar o falar e o conjunto de gírias brasileiras, por expor de forma tão incisiva a sociedade carioca em suas novelas, mini-séries e programas humorísticos. Essa é a razão pela qual achamos que "irado", "mano" e "véio" são de uso nacional. Essa e muitas outras gírias foram criadas no Rio de Janeiro e exportadas para outras regiões brasileiras.
Sem nenhum demérito para os cariocas ou para outras culturas em nosso país, acaba havendo assim, uma massificação. Por isso é que vocabulários como o dos mineiros, nordestinos ou gaúchos tornam-se tão peculiares e distintivos.
Não estendendo demais a introdução, trago aqui mais algumas expressões de uso carioca.
Vocabulário (continuação)
maluco - s.m. 1. cara, sujeito, indivíduo, em geral sem flexão de número, existindo somente no singular ("Não conheço aquele maluco", "Tava com uns maluco da faculdade").
mané - s.m. 1. otário, vacilão, prego, sujeito que pisa na bola.
maneiro (manero) - adj. 1. show de bola, muito legal. Também muito usado no superlativo: maneiríssimo
maraca - nenhum carioca vai ao "Estádio do Maracanã", eles vão ao "maraca"
média - s.f. 1. apenas uma xícara de café com leite, também chamado em outros estados de "pingado".
meRRRmão - s.m. 1. diz-se do nativo do Rio de Janeiro do sexo masculino, formado por aglutinação da expressão "Meu Irmão"
mó - adv. 1. usado como advérbio de intensidade, substituindo, em quase tudo, a palavra muito, é formada por redução da palavra "maior" ("mó mané", "mó otário", "mó legal", "mó manero"="maneiríssimo").
mulé - s.f. 1. usado paras os meRRRmão do sexo feminino, em geral a namorada de algum meRRRmão chegado.
parada - s.f. 1. palavra de uso genérico, de uso muito similar ao "trem" do vocabulário mineirês ("O professor ensinou uma parada bem maneira em Java.", "Assisti uma parada legal no cinema", "Esqueci uma parada em casa.").
paraíba - s.m. 1. qualquer indivíduo nascido ou residente acima do paralelo que passa por Copacabana, alguns cariocas têm um certo preconceito contra nordestinos e generalizam tudo como "paraíba". 2. Em geral usado por quem faz besteira no trânsito ("Não tá vendo que é contramão, paraíba?")
podrão - s.m. 1. típico prato da madrugada carioca. Em geral um sanduíche comprado em barraquinhas "suspeitas" (ao menos para a vigilância sanitária, pois em geral os donos são "peixe" dos meRRRmão). Esse tipo de cachorro-guente leva de tudo que você possa imaginar. Se você achou que não é possível colocar tudo, pense em algo e colocar, afinal o podrão é seu e o nome característico diz tudo, não?
porra - é importante frisar que esse vocábulo, para um carioca, não tem conotação chula, apesar de conhecerem a etimologia. 1. usada como interjeição de dor, raiva, angústia, sofrimento, morte iminente, traição, carestia, ou seja, o que você quiser ("Porra!"). 3. sinônimo que, em geral substitui "parada", mas com ar de desaprovação ou estranheza.
porrada - diferente de outros estados, não significa briga ou pancadaria, sendo usado como um coletivo genérico ("O professor deu uma porrada de zeros!", "Tinha uma porrada de gente na fila", "matilha"="porrada de câes", "enxame"="porrada de abelhas")
posto - jamais pergunte onde fica o posto mais próximo se você estiver no Rio de Janeiro, provavelmente vão ensinar-lhe como chegar a Ipanema, Leblon, Copacabana ou qualquer outra praia. No Rio de Janeiro, "posto" é como chamam os "postos de salva-vidas", e que não numerados (todo carioca sabe a localização e o número de todos os postos). Se precisar de um "posto de gasolina", seja mais específico.
prego - s.m. 1. o mesmo que mané
puRRRque - o mesmo que "porque", "por que", "porquê" e "por quê".
puto - s.m. 1. o mesmo que mané. Um gaúcho irá estranhar o uso da palavra, pois no Rio Grande do Sul é sinônimo para "viado", "bicha", "gay".
queimá a laRRRgada - sair mais cedo, em geral para almoçar.
quentinha - o mesmo que "vianda" no Rio Grande do Sul e "marmitex" em São Paulo.
rapá - rapaz. Usado para se referir à quem se fala, mas que normalmente não é um meRRRmão, é desconhecido. ("E aê rapá?")
sacode - essa sim significa briga ou pancadaria, mas em geral é definitiva. Quem toma um sacode de um meRRRmão aprende a deixar de ser mané.
sangue - redução de "sangue-bom", uma pessoa "mó" legal, gente boa e agradável, um meRRRmão maneiríssimo. Costuma-se usar também a sigla "CB" (isso mesmo: "cê-bê")
vaza - o mesmo que "vai embora daqui" ou "some da minha frente já!"
X9 - o mesmo que alcagüete, ou seja, delator.
01 outubro 2006
Carioquês - Parte 1
Lembrando que tenho alguns alunos (Daniel, João Paulo e Saulo) que irão viajar para o Rio de Janeiro em novembro próximo, e continuando a seqüência de posts de "enriquecimento cultural", decidi trazer algum auxílio a eles ou a qualquer indivíduo viajando pela "Cidade Maravilhosa". O post de hoje é a primeira parte de um pequeno dicionário básico de "carioquês", dialeto do português muito empregada na cidade do Rio de Janeiro e copiada por todo o estado fluminense e adjacências (jizdifora e spritusantu).
Um pouco da fonética
É importante mencionar que o "R" em carioquês tem uma pronúncia que pode ser denominada de "R-cedilha", pois é tão forçado na garganta (gutural, como diriam os fonéticos) que ninguém não nascido no estado do Rio de Janeiro tem capacidade fonoaudiológica para interpretar adequadamente. Um caderno convencional seria algo como cadeRRRno.
Aspecto notável também possui a pronúncia do "S" que aparece no final de uma sílaba ("S" seguido de vogal não oferece diferenças). Esse fonema é também um "S-cedilha", funcionando como um "XXX" (triplo X). Apenas para citar como exemplo, crianças cariocas ao brincar de pique-eXXXconde, conta "um, doiXXX, treXXX".
Não há na literatura nenhum registro documentado de um encontro, seguindo de comunicação oral, entre um carioca e um colono típico gaúcho (principalmente de ascendência italiana). Quem já foi a Marau, a terra do Aço, sabe o que estou dizendo (bem, eu aço que sim, mas quem sou eu pra dizer que aço que nom?).
Vocabulário
Abaixo são listados alguns exemplos de palavras e expressões comumente empregadas em solo carioca (ou veículada em novelas da Rede Globo):
aê - 1. Adv. define um lugar qualquer, que pode ser desde o assento de uma cadeira ("Senta aê, mané") ou até um bairro (ou favela) inteiro ("Os cana tão por aê na área) 2. Usado como vocativo pode também ser usado para chamar atenção de um merrrmão ou maluco qualquer ("Aê, meRRRmão, coé a parada?"). Obs: Dependendo da tribo que o utilizar, pode variar até para um formato de interjeição ou para uma boiolice qualquer como "aiiiiih" ou "aeeeeh".
arraXXXtão - s.m. em qualquer outro estado do país, é um tradicional tipo de pesca com rede, em geral ilegal; no carioquês, é outro meio dos meRRRmão ganharem a vida. Essa atividade profissional está tão difundida que já está sendo aberta franquias em outros países, como Portugal (vide o arrastão na Praia de Carcavelos, foto)
avenida brasil - principal via de acesso ao RJ, usada como ponto comercial, rota de entrega, local de assaltos e praça de guerra dos meRRRmão.
aXXXfalto - s.m. qualquer lugar de moradia de um meRRRmão que não seja no morro.
bolado - adj. condição de incompreensão momentânea ou preocupação em qualquer nível ("Aê, meRRRmão, tô bolado, acho que minha mulé tá me furando o olho")
bonde - s.m. 1. ônibus (ou até inventarem outro meio de transporte coletivo que seja possível trapacear). 2. Galera, turma.
("O bonde do pampa coders ficou em primeiro lugar.").
cabaço(ão) - s.m. 1. sujeito trapalhão, em geral, iniciante em algum assunto e inexperiente (virgem) em algum assunto ("Esse mané é mó cabação!")
carái - interj. 1. o mesmo que a expressão "caralho", mas sem qualquer conotação chula, indicando uma coisa legal, que impressiona, causa admiração. ("Carái, o fla ganhou a copa do brasil!!!") 2. Em uso com a preposição "pa-" (originada da contração de "pra", que por sua vez vem de "para"), significa um advérbio de intensidade ("Em Erechim tava frio pacarái.").
coé - aglutinação da expressão "qual é" ("Coé, meRRRmão?"), em geral indica desaprovação ou exaltação de ânimo.
conto - unidade monetária universal, sem plural ("A parada custa 10 conto"). O mesmo que "pila" no Rio Grande do Sul.
elevado - avenida de grande porte construída em pilares sobre as favelas (pra não dizer que as favelas foram construídas sob os elevados), hoje usada pra assaltos e engarrafamentos aéreos. O mesmo que viaduto em qualquer outro estado do país.
filé - adj. 1. Mulher muito atraente, com um "xeipe" (do inglês "shape") invejável. Etimologicamente deriva de "filé-mingnon", uma carne muito boa e macia, considerada "a melhor parte" do bovino.
furaoi - adj. (derivado de "fura-olho") 1. diz-se do indivíduo que, incapaz de conseguir realizar o coito sem pagamento, e por méritos próprios, vive de impedir o sucesso alheio. 2. em versão moderna diz-se de qualquer traidor.
íhóocaraaê - expressão que demonstra intensa desaprovação, uma maneira de dizer que um meRRRmão está fazendo besteira.
joelho - salgadinho feito com massa, presunto e queijo que os meRRRmão comem por aê. (vide foto abaixo e receitas: 1, 2)
Um pouco da fonética
É importante mencionar que o "R" em carioquês tem uma pronúncia que pode ser denominada de "R-cedilha", pois é tão forçado na garganta (gutural, como diriam os fonéticos) que ninguém não nascido no estado do Rio de Janeiro tem capacidade fonoaudiológica para interpretar adequadamente. Um caderno convencional seria algo como cadeRRRno.
Aspecto notável também possui a pronúncia do "S" que aparece no final de uma sílaba ("S" seguido de vogal não oferece diferenças). Esse fonema é também um "S-cedilha", funcionando como um "XXX" (triplo X). Apenas para citar como exemplo, crianças cariocas ao brincar de pique-eXXXconde, conta "um, doiXXX, treXXX".
Não há na literatura nenhum registro documentado de um encontro, seguindo de comunicação oral, entre um carioca e um colono típico gaúcho (principalmente de ascendência italiana). Quem já foi a Marau, a terra do Aço, sabe o que estou dizendo (bem, eu aço que sim, mas quem sou eu pra dizer que aço que nom?).
Vocabulário
Abaixo são listados alguns exemplos de palavras e expressões comumente empregadas em solo carioca (ou veículada em novelas da Rede Globo):
aê - 1. Adv. define um lugar qualquer, que pode ser desde o assento de uma cadeira ("Senta aê, mané") ou até um bairro (ou favela) inteiro ("Os cana tão por aê na área) 2. Usado como vocativo pode também ser usado para chamar atenção de um merrrmão ou maluco qualquer ("Aê, meRRRmão, coé a parada?"). Obs: Dependendo da tribo que o utilizar, pode variar até para um formato de interjeição ou para uma boiolice qualquer como "aiiiiih" ou "aeeeeh".
arraXXXtão - s.m. em qualquer outro estado do país, é um tradicional tipo de pesca com rede, em geral ilegal; no carioquês, é outro meio dos meRRRmão ganharem a vida. Essa atividade profissional está tão difundida que já está sendo aberta franquias em outros países, como Portugal (vide o arrastão na Praia de Carcavelos, foto)
avenida brasil - principal via de acesso ao RJ, usada como ponto comercial, rota de entrega, local de assaltos e praça de guerra dos meRRRmão.
aXXXfalto - s.m. qualquer lugar de moradia de um meRRRmão que não seja no morro.
bolado - adj. condição de incompreensão momentânea ou preocupação em qualquer nível ("Aê, meRRRmão, tô bolado, acho que minha mulé tá me furando o olho")
bonde - s.m. 1. ônibus (ou até inventarem outro meio de transporte coletivo que seja possível trapacear). 2. Galera, turma.
("O bonde do pampa coders ficou em primeiro lugar.").
cabaço(ão) - s.m. 1. sujeito trapalhão, em geral, iniciante em algum assunto e inexperiente (virgem) em algum assunto ("Esse mané é mó cabação!")
carái - interj. 1. o mesmo que a expressão "caralho", mas sem qualquer conotação chula, indicando uma coisa legal, que impressiona, causa admiração. ("Carái, o fla ganhou a copa do brasil!!!") 2. Em uso com a preposição "pa-" (originada da contração de "pra", que por sua vez vem de "para"), significa um advérbio de intensidade ("Em Erechim tava frio pacarái.").
coé - aglutinação da expressão "qual é" ("Coé, meRRRmão?"), em geral indica desaprovação ou exaltação de ânimo.
conto - unidade monetária universal, sem plural ("A parada custa 10 conto"). O mesmo que "pila" no Rio Grande do Sul.
elevado - avenida de grande porte construída em pilares sobre as favelas (pra não dizer que as favelas foram construídas sob os elevados), hoje usada pra assaltos e engarrafamentos aéreos. O mesmo que viaduto em qualquer outro estado do país.
filé - adj. 1. Mulher muito atraente, com um "xeipe" (do inglês "shape") invejável. Etimologicamente deriva de "filé-mingnon", uma carne muito boa e macia, considerada "a melhor parte" do bovino.
furaoi - adj. (derivado de "fura-olho") 1. diz-se do indivíduo que, incapaz de conseguir realizar o coito sem pagamento, e por méritos próprios, vive de impedir o sucesso alheio. 2. em versão moderna diz-se de qualquer traidor.
íhóocaraaê - expressão que demonstra intensa desaprovação, uma maneira de dizer que um meRRRmão está fazendo besteira.
joelho - salgadinho feito com massa, presunto e queijo que os meRRRmão comem por aê. (vide foto abaixo e receitas: 1, 2)
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