06 julho 2006

Plágio: a praga da universidade

Muitos acreditam que o sucateamento da universidade brasileira é a causa da baixa qualidade de muitos cursos de nível superior. Outro atribuem a causa à grande proliferação de faculdades, centros de ensino e universidades. Eu atribuo a grande totalidade do baixo nível qualitativo dos nossos egressos a apenas uma causa: o plágio.

Essa praga, definida no Houaiss como "ato ou efeito de plagiar", ou ainda "apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual etc. produzido por outrem" é uma palavra de origem grega (plágios) que indica "oblíquo, que não está em linha reta, que está de lado; transversal, inclinado" e, por extensão "que usa meios oblíquos; equívoco, velhaco". O plágio assola a vida cotidiana da universidade brasileira, e também os níveis fundamentais da educação em nosso país.

O plágio, antes de uma "esperteza", é, sem dúvida, uma demonstração de incapacidade, inaptidão, inferioridade intelectual, ética, moral e técnica. Um plagiador é uma pessoa que assume - embora não publicamente - sua falta de capacidade para a vida profissional e social. Assumir incapacidade não é fracasso, tentar encobri-la com o plágio, sim. O plagiador acredita, em sua ética distorcida e avessa, que foi esperto, ou que conseguiu enganar um grupo de pessoas. Ele ludibriou a sociedade, o sistema, o estado de direito como um todo.

Uma pessoa que comete o mínimo ato de plágio não tem qualquer direito ou embasamento moral para cobrar qualquer coisa que seja de qualquer pessoa, grupo, instituição ou governo. Ele está usando de meios ilícitos e imorais para obter uma certificação profissional para atuar numa sociedade da qual não tem nem mesmo o direito a participar como cidadão. Há ainda que separar a "cópia ilegal" do "plágio". Se pudermos classificar em termos de gravidade, ambas são infrações gravíssimas, mas o plágio é a instância máxima do furto, a representação mais palpável da desonestidade.

Se você é aluno e fez um plágio ou está prestes a fazê-lo, pense duas vezes. Concordo, como professor, que atualmente é difícil, em muitos casos, identificar e provar uma situação de plágio. Esse seu erro irá beneficiá-lo temporariamente, mas irá prejudicá-lo e à sociedade de forma permanente, indelével. Disse um monge budista a um amigo meu certa vez: "O pior erro é aquele que você sabe que está errando".

3 comentários:

Anônimo disse...

Nâo digo que nunca plagiei. Acredito até que todo mundo um dia já fez isso. No entanto, aprendi a não plagiar mais.
Hoje eu prefiro levar ferro na faculdade e reprovar em alguma matéria, do que ter que plagiar.
Esta semana mesmo fiquei acordado duas madrugadas para fazer um trabalho para a faculdade. Poderia ter plagiado e teria dormido muito bem. No entanto preferi apanhar para a linguagem que eu tinha que fazer algumas coisas que eu não tinha idéia de como fazer. O resultado disso tudo foi que agora eu conheço um pouco mais de java(e estou com muito sono também):P.

Andre Almeida disse...

Falando em sono... eu tb. estou! =)
Concordo com Ivan, provavelmente a maioria dos alunos de graduação, algum dia já plagiaram. Eu mesmo já o fiz, confesso.

É óbvio que não é aceitavel. Entretanto acredito que não nem por perto a razão da baixa qualidade de ensino. Ou todos os trabalhos são bons? Mesmo que plagiado?

Anônimo disse...

Tô fazendo o mesmo trablho que o Ivan ficou noites acordados... estou há duas semanas nele, e é foda, porque tenho muitas outras coisas pra fazer, mas mesmo assim, vamo lá...

Comentário meio nada a ver: Já fui acusado uma vez de plágio, não diretamente, claro... simplesmente um certo professor insinuou que não fui eu quem escrevi um determinado trabalho, mesmo após ter ficado a noite inteira escrevendo ele (por minha culpa, eterna mania essa de deixar pra última hora)...