Hoje estava num almoço da turma de formandos da Ciência da Computação e acabei fazendo um comentário que me levou a pensar um pouco. Estávamos discutindo sobre achar ou não os alunos que entram na faculdade "crianças". Resumi tudo e disse que pra mim eles nasciam quando entravam no curso.
Mas por que isso? Explico. Cada pessoa que conhecemos, nasce pra nós (e somente pra nós) naquele momento. Não sei quem são, o que fizeram, o que estudaram antes de encontrar-me naquela primeira aula. Para a quase totalidade deles é a mesma coisa em relação a mim, exceto por alguns que tem parentes ou amigos que fazem o curso e acabam ouvindo sobre os professores.
É interessante o conceito de "nascimento", pois como professor, não posso naquele exato momento fazer suposições sobre o que são ou como serão. Isso será um aprendizado de ambos os lados. Espero a cada dia, contribuir para que sejam profissionais, e eles acabam me ensinando como compreender melhor a essência do estudante e seus anseios.
Ao entrar na faculdade, a maior parte dos alunos tem um nascimento profissional. Algumas "vidas" serão mais complicadas do que outras, mas é preciso estar aberto para aprender tudo e saber como usar isso. Na "vida plena", aprendemos a falar, mas a maioria a utiliza isso apenas para a comunicação convencional; alguns serão locutores, cantores, palestrantes. Aprendemos a andar, mas poucos serão jogadores profissionais ou atletas.
O que se aprende na faculdade pode ser tão trivial como andar ou falar, mas pode ser também uma ferramenta essencial. Podemos fazer de habilidades comuns uma arte. Essa é a grande diferença entre quem está na faculdade para "graduar-se" e aqueles que estão lá para "aprender".
08 julho 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Eu acho que não estou(estava?) para me graduar.
hahahahahaha
Postar um comentário