Nos idos de 1989, quando entrei no já extinto (graças à "maravilhosa" LDB de 1996) curso de Informática Industrial do CTU da UFJF, tive aula, logo no primeiro ano, com a Prof. Maria Inês (acredito que é assim a grafia correta), nas disciplinas de EMC (Educação Moral e Cívica) e OSPB (Organização Social e Política Brasileira). A despeito de toda carga histórica de demagogia e relação com a didatura, uma coisa aprendi com aquela professora nesses espaços de "civismo" e "moral": Liberdade não rima com libertinagem.
Para ela e para mim, como ficou marcado, é possível criar e estimular um ambiente de liberdade aos alunos sem que se descambe para a sacanagem (libertinagem = liberdade + sacanagem). O que ela quis dizer é que devemos, como professores, criar um ambiente para os nossos alunos pensarem, criticarem e refletirem sobre a sua educação, profissionalização e realidade social. Entretanto, a heterogeneidade de nossas classes dificulta o atingimento dessa liberdade utópica. Muitos alunos, embriagados em liberdade, acabam por transformá-la em indisciplina.
A partir daí, como professor, questiono-me: devo revogar essa liberdade e tornar as aulas um espaço de exercício de poder e disciplina? Creio piamente que não. Essa não foi a forma com que minha educação foi formada. Ainda creio que, respeitada certas formalidades dos papéis aluno e professor, é possível tornar os alunos parceiros do exercício do ensino. Mas e como agir quando da indisciplina? Bem, há várias formas, mas com certeza, na minha opinião, o confronto direto não é uma delas. O aluno, em especial o do curso superior, apesar de ser um adulto praticamente formado, ainda é uma criança profissionalmente falando.
Falta-lhe muito ainda em organização, disciplina, ética e responsabilidade no campo profissional, apesar de toda sua carga de experiência familiar e social, que lhe caracterizam um cidadão pleno. Dessa forma, o que é visto como "punição", deve ser antes visto como uma oportunidade de reflexão. Nesse caso, cito meu exemplo particular: "tentando" ministrar uma aula que exigia concentração (falava de algoritmos e deadlocks), não conseguia, por nenhum meio, obter a atenção da turma. Ao invés de exaltar-me, gritar, xingar, ficar pedindo silêncio em vão, propus um questionário sobre o conteúdo que eu tentava ministrar.
Não que um questionário não seja uma forma adequada de ensinar ou apoiar o conteúdo teórico, mas era uma forma de oportunizar-lhes alguma reflexão. O questionário, no momento em que foi proposto, era uma atividade chata, enfadonha e aparentemente sem progresso. Por que eu, como aluno, deveria sair da minha casa numa noite fria para ir fazer questionário? Na aula em questão, não deveria mesmo, mas pense no professor que preparou aquela aula, esperava apresentar um conteúdo relevante e não conseguiu. Da mesma forma com que o aluno se sentia frustrado naquele momento, por se sentir "punido" com o questionário, assim também o era o professor por não conseguir dar prosseguimento ao planejamento do seu trabalho.
Para ela e para mim, como ficou marcado, é possível criar e estimular um ambiente de liberdade aos alunos sem que se descambe para a sacanagem (libertinagem = liberdade + sacanagem). O que ela quis dizer é que devemos, como professores, criar um ambiente para os nossos alunos pensarem, criticarem e refletirem sobre a sua educação, profissionalização e realidade social. Entretanto, a heterogeneidade de nossas classes dificulta o atingimento dessa liberdade utópica. Muitos alunos, embriagados em liberdade, acabam por transformá-la em indisciplina.
A partir daí, como professor, questiono-me: devo revogar essa liberdade e tornar as aulas um espaço de exercício de poder e disciplina? Creio piamente que não. Essa não foi a forma com que minha educação foi formada. Ainda creio que, respeitada certas formalidades dos papéis aluno e professor, é possível tornar os alunos parceiros do exercício do ensino. Mas e como agir quando da indisciplina? Bem, há várias formas, mas com certeza, na minha opinião, o confronto direto não é uma delas. O aluno, em especial o do curso superior, apesar de ser um adulto praticamente formado, ainda é uma criança profissionalmente falando.
Falta-lhe muito ainda em organização, disciplina, ética e responsabilidade no campo profissional, apesar de toda sua carga de experiência familiar e social, que lhe caracterizam um cidadão pleno. Dessa forma, o que é visto como "punição", deve ser antes visto como uma oportunidade de reflexão. Nesse caso, cito meu exemplo particular: "tentando" ministrar uma aula que exigia concentração (falava de algoritmos e deadlocks), não conseguia, por nenhum meio, obter a atenção da turma. Ao invés de exaltar-me, gritar, xingar, ficar pedindo silêncio em vão, propus um questionário sobre o conteúdo que eu tentava ministrar.
Não que um questionário não seja uma forma adequada de ensinar ou apoiar o conteúdo teórico, mas era uma forma de oportunizar-lhes alguma reflexão. O questionário, no momento em que foi proposto, era uma atividade chata, enfadonha e aparentemente sem progresso. Por que eu, como aluno, deveria sair da minha casa numa noite fria para ir fazer questionário? Na aula em questão, não deveria mesmo, mas pense no professor que preparou aquela aula, esperava apresentar um conteúdo relevante e não conseguiu. Da mesma forma com que o aluno se sentia frustrado naquele momento, por se sentir "punido" com o questionário, assim também o era o professor por não conseguir dar prosseguimento ao planejamento do seu trabalho.
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