Estava conversando com a minha esposa hoje e ela me lembrou de uma micro-história (daquelas do post anterior), a qual é a mais engraçada pra mim (a graça de um não garante a graça de outro, ok? Essa também tem a ver com as palavras que no Rio Grande do Sul são diferentes de outros lugares.
Em Porto Alegre, vendo televisão (recém comprada em promoção!), assistia aos intervalos comerciais. Uma famosa rede de supermercados anunciava "Faça qualquer compra no valor de R$ 30,00 ou mais e concorra a um rancho". Poxa, na hora eu pensei: "Que promoção fantástica!!! Vou comprar só nesse mercado pra aumentar as minhas chances!".
No dia seguinte, conversando uma amiga, a Joana, falei pra ela da promoção. Ela disse que não era grande coisa, até porque às vezes, alguns preços eram mais altos que o da concorrência. Eu falei que, mesmo assim, era uma "puta" (gíria paulista, não tem sentido chulo, apenas quer dizer "Muito", "demais", "em abundância") promoção. Afinal, o cara que ganhasse ia faturar um rancho!
A Joana começou a achar estranha a minha empolgação, e acreditou que estava havendo uma falha de comunicação entre o supermercado e eu. Perguntou pra mim o que eu esperava de um "rancho". Animadíssimo eu logo disse: "Um lugar legal, no interior, um pouco maior que um sítio, etc, etc, etc". Ela então finalizou: "Pára de sonhar com suas vaquinhas e um pomar então, porque aqui no Rio Grande do Sul, um rancho é só uma "compra do mês"...
28 setembro 2006
27 setembro 2006
Um Sudestino Perdido no Rio Grande do Sul
Bem, motivado pela recente curiosidade de alguns alunos meus sobre essas diferenças culturais pelo Brasil, vou contar aqui algumas "micro-histórias" de quando vim morar em Porto Alegre e depois em Erechim. Lembro que não sou gaúcho, sou um "sudestino", refiro-me assim, com esse neologismo, pois morei, até os meus 23 anos de idade, em 4 diferentes cidades da Região Sudeste do Brasil: nasci em São Paulo, morei no Rio de Janeiro (na Ilha do Governador e em Jacarepaguá, o que significa dizer quase em cidades distintas), voltei para São Paulo, fui para Juiz de Fora e depois para Campinas (SP). Sou um sudestino.
Micro-história 1: Usando uma nova moeda.
Aniversário de Porto Alegre, festa na Redenção, há 3 semanas morando na cidade... Chega um vendedor de cerveja. Garganta seca, preciso refrescar-me. Pergunto o preço. O rapaz grita: "É dois PILA". Eu retorno "E quanto dá isso em reais?".
Micro-história 2: A voraz devoradora escravagista
Roda de amigos, uma colega acabava de voltar de Rio Grande onde morava a família dela. Parece que havia sido um ótimo final de semana, e ela contava de uma festa de aniversário de criança a qual havia ido. Ela disse: "A mesa de doces tava linda, mas nada me agradava, então fiquei ali só conversando. Na hora que chegaram os NEGRINHOS, não resisti, me atraquei e comi uns 12".
Tive um arrepio por não ter entendido nada. Ou ela era uma antropófaga com paladar selecionada para pequenos afro-descendentes; ou, POR FAVOR, aquilo era o nome de alguma iguaria... Graças a Deus, era só um inofensivo brigadeiro.
Micro-história 3: Tentando não ofender a guria
Recém-chegado, louco para conhecer as "nativas", comecei a "trovar" (xavecar, paquerar, barulhar) uma guria. Tentei ser gentil e dizer a ela "Você não é de Porto Alegre, não é? Não parece.". A minha humilde intenção era de dizer que ela não parecia com um grande número de gurias "da capital" que eu havia conhecido, muito arrogantes e metidas. Rapidamente ela disse: "Tu tá me achando com cara de COLONA?". Sem saber o que era o tal de "colona", falei que não, e expliquei rapidamente. Bem mais tarde vim a entender que, naquele contexto, "colona" seria o mesmo que "da roça", "caipira", "jeca"...
Micro-história 4: A difícil tarefa de ser professor
Primeira aula substituindo um antigo professor, no meio do semestre. Começo a conversar com a turma e tentar explicar como seria o meu método de ensino, o que iríamos usar como bibliografia, como seriam as avaliações. Pergunto se há alguma dúvida e um rapaz levanta o braço e questiona "O senhor vai usar o mesmo POLÍGRAFO do outro professor?". Colocado contra a parede por mais uma nova palavra, respondi "Rapaz, se eu soubesse o que é polígrafo, até poderia te responder, mas supondo que isso seja parte do material do outro professor, acredito que não usarei nada do material antigo. Mas o que vem a ser esse polígrafo? Você pode me mostrar?". O rapaz gentilmente mostra e eu digo "Ah, você queria dizer a APOSTILA?".
Fora essas micro-histórias, poderia citar muitas outras, é muito complicado comunicar-se também no Rio Grande do Sul. Existe um vocabulário muito específico, expressões muito particulares. Em alguns momentos chegam a ser uma nova língua. Palavras que para um gaúcho são comuns, são quase "estrangeirismos" para o restante do Brasil. Apenas para citar alguns exemplos, veja a lista abaixo:
acoar - latir (cachorro)
atacar - significa dizer que um guarda parou alguém, por exemplo numa blitz (O guarda me atacou - O quarda me parou)
auto - o mesmo que carro, automóvel (mais usado por pessoas de mais idade)
bidê - mesinha de cabeceira, criado-mudo (no resto do país, o bidê é uma das peças de louça do banheiro usada como lavatório das partes genitais e do ânus)
bolicho - casa de negócios de pequeno sortimento e de pouca importância, o mesmo que bodega.
cacetinho - pão francês, pão de sal, pãozinho
china - descendente ou mulher de índio, ou pessoa de sexo feminino que apresenta alguns dos traços característicos étnicos das mulheres indígenas. Cabloca, mulher morena. Puta. Na intimidade pode até mesmo significar a esposa querida.
chinoca - Mulher.
classe - no contexto escolar, no RS é só a mesa dos alunos, chamada em outros lugares de carteira.
cusco - Cão pequeno, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca, guaipé.
guampear - trair, botar chifres ("guampa")
lâmina - no contexto acadêmico, são as transparências usadas pelo professor ou, erroneamente, slides.
pelear - batalhar, trabalhar duro por alguma coisa.
sinaleira - semáforo, farol, sinal
ximia - o mesmo que geléia (mas nunca diga isso a um gaúcho!!!)
xingar - é brigar com alguém. Qualquer tipo de reprimenda, mesmo que não tenha palavrões.
Micro-história 1: Usando uma nova moeda.
Aniversário de Porto Alegre, festa na Redenção, há 3 semanas morando na cidade... Chega um vendedor de cerveja. Garganta seca, preciso refrescar-me. Pergunto o preço. O rapaz grita: "É dois PILA". Eu retorno "E quanto dá isso em reais?".
Micro-história 2: A voraz devoradora escravagista
Roda de amigos, uma colega acabava de voltar de Rio Grande onde morava a família dela. Parece que havia sido um ótimo final de semana, e ela contava de uma festa de aniversário de criança a qual havia ido. Ela disse: "A mesa de doces tava linda, mas nada me agradava, então fiquei ali só conversando. Na hora que chegaram os NEGRINHOS, não resisti, me atraquei e comi uns 12".
Tive um arrepio por não ter entendido nada. Ou ela era uma antropófaga com paladar selecionada para pequenos afro-descendentes; ou, POR FAVOR, aquilo era o nome de alguma iguaria... Graças a Deus, era só um inofensivo brigadeiro.
Micro-história 3: Tentando não ofender a guria
Recém-chegado, louco para conhecer as "nativas", comecei a "trovar" (xavecar, paquerar, barulhar) uma guria. Tentei ser gentil e dizer a ela "Você não é de Porto Alegre, não é? Não parece.". A minha humilde intenção era de dizer que ela não parecia com um grande número de gurias "da capital" que eu havia conhecido, muito arrogantes e metidas. Rapidamente ela disse: "Tu tá me achando com cara de COLONA?". Sem saber o que era o tal de "colona", falei que não, e expliquei rapidamente. Bem mais tarde vim a entender que, naquele contexto, "colona" seria o mesmo que "da roça", "caipira", "jeca"...
Micro-história 4: A difícil tarefa de ser professor
Primeira aula substituindo um antigo professor, no meio do semestre. Começo a conversar com a turma e tentar explicar como seria o meu método de ensino, o que iríamos usar como bibliografia, como seriam as avaliações. Pergunto se há alguma dúvida e um rapaz levanta o braço e questiona "O senhor vai usar o mesmo POLÍGRAFO do outro professor?". Colocado contra a parede por mais uma nova palavra, respondi "Rapaz, se eu soubesse o que é polígrafo, até poderia te responder, mas supondo que isso seja parte do material do outro professor, acredito que não usarei nada do material antigo. Mas o que vem a ser esse polígrafo? Você pode me mostrar?". O rapaz gentilmente mostra e eu digo "Ah, você queria dizer a APOSTILA?".
Fora essas micro-histórias, poderia citar muitas outras, é muito complicado comunicar-se também no Rio Grande do Sul. Existe um vocabulário muito específico, expressões muito particulares. Em alguns momentos chegam a ser uma nova língua. Palavras que para um gaúcho são comuns, são quase "estrangeirismos" para o restante do Brasil. Apenas para citar alguns exemplos, veja a lista abaixo:
acoar - latir (cachorro)
atacar - significa dizer que um guarda parou alguém, por exemplo numa blitz (O guarda me atacou - O quarda me parou)
auto - o mesmo que carro, automóvel (mais usado por pessoas de mais idade)
bidê - mesinha de cabeceira, criado-mudo (no resto do país, o bidê é uma das peças de louça do banheiro usada como lavatório das partes genitais e do ânus)
bolicho - casa de negócios de pequeno sortimento e de pouca importância, o mesmo que bodega.
cacetinho - pão francês, pão de sal, pãozinho
china - descendente ou mulher de índio, ou pessoa de sexo feminino que apresenta alguns dos traços característicos étnicos das mulheres indígenas. Cabloca, mulher morena. Puta. Na intimidade pode até mesmo significar a esposa querida.
chinoca - Mulher.
classe - no contexto escolar, no RS é só a mesa dos alunos, chamada em outros lugares de carteira.
cusco - Cão pequeno, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca, guaipé.
guampear - trair, botar chifres ("guampa")
lâmina - no contexto acadêmico, são as transparências usadas pelo professor ou, erroneamente, slides.
pelear - batalhar, trabalhar duro por alguma coisa.
sinaleira - semáforo, farol, sinal
ximia - o mesmo que geléia (mas nunca diga isso a um gaúcho!!!)
xingar - é brigar com alguém. Qualquer tipo de reprimenda, mesmo que não tenha palavrões.
26 setembro 2006
Dicionário Prático de Mineirês
Esse blog não vive apenas de momentos profundos e reflexivos... No último post, "O Meu Lugar", perguntaram-me qual era o eu lugar... Obviamente que respondi "Juiz de Fora", mas na verdade posso dizer que quase toda Minas Gerais é o meu lugar, excetuando-se alguns lugares estranhos com gente esquisita (como diria o Eduardo, de "Eduardo e Mônica").
Caso alguém de vocês vá se aventurar a conhecer MG, recomendo fazer uma imersão em diversos aspectos culturais, especialmente a língua. Para auxiliar nesse processo, trago aqui alguns vocábulos (e algumas frases completas também) de fundamental importância no processo de comunicação mineirístico.
A
antionti - antes de ontem
B
badacama - debaixo da cama
belzonte - belo horizonte
C
cabedipassaismánazunha - acabei de passar esmalte nas unhas
cadim - bocadinho, um pouquinho
cadiquê - o mez qui causdiquê
casopô - caixa de isopor
causdiquê - o mez qui pucausque
cetábão - você está bom? O mesmo que "você está bem?"
cetáboa - você está boa? O mesmo que "você está bem?" para mulher
cocê - com você
concorcucê - eu concordo com você
coquincuntes - é uma coisa que acontece
credincruis - credo em cruz
D
dárripidivê - isso dá arrepio de ver
dendapia - dentro da pia
denduforno - dentro do forno
dentifrisso - dentifrício, o mesmo que pasta de dente, embora em desuso
deu - o mesmo que "di mim": "Larga deu, ô sô!"
dicoqui - de cócoras, sentar agachado
dimais da conta - além da medida; "bom... ", muito bom, excelente
djenium - de jeito nenhum
docê - de você
dodicabes - dor de cabeça
dodistongo - dor de estômago
doidimais - doido demais
donasjunta - dor nas articulações
donofigu - dor no fígado
E
éakekiliga - é aquele que liga
émez - é mesmo?
I
iscodidente - escova de dente
J
jizdifora - Cidade minera "pertín do RidiJanero". O "pessoar da capitár" nunca sabe se a turma de lá é "minerin" ou carioca. Daí ficam dizendo que é terra dos "carioca do brejo".
K
kabô - acabou
kapoko - daqui a pouco
kidicarne - kilo de carne
L
lidileite - litro de leite
M
magrilin - Indivíduo muito magro
makifalducação - mas que falta de educação
manem - de forma alguma, de jeito nenhum
mastumate - massa de tomate
midipipoca - milho de pipoca
modizê - modo de dizer, maneira de falar algo
moiá a palavra - tomar um gole, beber um gole de bebida como cachaça
N
nó - forma reduzida de nossinhora
nossinhora - nossa senhora
nu - versão muderna do "nó", coisa dos jeca de belzonte
nutogradanodis - não estou agradando disso, não estou gostando disso
O
onquié - onde que é?
onquoto - onde que estou
oprocevê - olha pra você ver!
óscargualzim - olha os carros iguaizinhos
óuchero - olha o cheiro!
P
pincumel - pinga com mel
pipocumquijim - pipoca com queijinho (qualquer hora divulgo a receita!)
pokim - pouquinho, bocadinho
pondiôns - ponto de ônibus
pradaliberdade - Praça da Liberdade
prestenção - presta atenção
procê - pra você
pron-nostaminu - para onde nos estamos indo?
pucausque - por causa de quê?
puquecetamipeguntanuissu - por que você está me perguntando isso?
Q
qentá sóli - ficar sentado de cócoras no terreiro pegando o primeiro sol da manhã pra passar o frio
quainahora - quase na hora
S
sápassado - Sábado passado
sessetembro - sete de setembro
T
tampar - jogar, lançar, arremessar
tidiguerra - tiro de guerra
tissodai - tira isso dai
tradaporta - atrás da porta
trem - coisa, qualquer coisa é um trem, mas nem todo trem é uma coisa.
trudia - outro dia
tupicão - também tropicão, quer dizer tropeço.
V
vidiperfumi - vidro de perfume
Caso alguém de vocês vá se aventurar a conhecer MG, recomendo fazer uma imersão em diversos aspectos culturais, especialmente a língua. Para auxiliar nesse processo, trago aqui alguns vocábulos (e algumas frases completas também) de fundamental importância no processo de comunicação mineirístico.
A
antionti - antes de ontem
B
badacama - debaixo da cama
belzonte - belo horizonte
C
cabedipassaismánazunha - acabei de passar esmalte nas unhas
cadim - bocadinho, um pouquinho
cadiquê - o mez qui causdiquê
casopô - caixa de isopor
causdiquê - o mez qui pucausque
cetábão - você está bom? O mesmo que "você está bem?"
cetáboa - você está boa? O mesmo que "você está bem?" para mulher
cocê - com você
concorcucê - eu concordo com você
coquincuntes - é uma coisa que acontece
credincruis - credo em cruz
D
dárripidivê - isso dá arrepio de ver
dendapia - dentro da pia
denduforno - dentro do forno
dentifrisso - dentifrício, o mesmo que pasta de dente, embora em desuso
deu - o mesmo que "di mim": "Larga deu, ô sô!"
dicoqui - de cócoras, sentar agachado
dimais da conta - além da medida; "bom... ", muito bom, excelente
djenium - de jeito nenhum
docê - de você
dodicabes - dor de cabeça
dodistongo - dor de estômago
doidimais - doido demais
donasjunta - dor nas articulações
donofigu - dor no fígado
E
éakekiliga - é aquele que liga
émez - é mesmo?
I
iscodidente - escova de dente
J
jizdifora - Cidade minera "pertín do RidiJanero". O "pessoar da capitár" nunca sabe se a turma de lá é "minerin" ou carioca. Daí ficam dizendo que é terra dos "carioca do brejo".
K
kabô - acabou
kapoko - daqui a pouco
kidicarne - kilo de carne
L
lidileite - litro de leite
M
magrilin - Indivíduo muito magro
makifalducação - mas que falta de educação
manem - de forma alguma, de jeito nenhum
mastumate - massa de tomate
midipipoca - milho de pipoca
modizê - modo de dizer, maneira de falar algo
moiá a palavra - tomar um gole, beber um gole de bebida como cachaça
N
nó - forma reduzida de nossinhora
nossinhora - nossa senhora
nu - versão muderna do "nó", coisa dos jeca de belzonte
nutogradanodis - não estou agradando disso, não estou gostando disso
O
onquié - onde que é?
onquoto - onde que estou
oprocevê - olha pra você ver!
óscargualzim - olha os carros iguaizinhos
óuchero - olha o cheiro!
P
pincumel - pinga com mel
pipocumquijim - pipoca com queijinho (qualquer hora divulgo a receita!)
pokim - pouquinho, bocadinho
pondiôns - ponto de ônibus
pradaliberdade - Praça da Liberdade
prestenção - presta atenção
procê - pra você
pron-nostaminu - para onde nos estamos indo?
pucausque - por causa de quê?
puquecetamipeguntanuissu - por que você está me perguntando isso?
Q
qentá sóli - ficar sentado de cócoras no terreiro pegando o primeiro sol da manhã pra passar o frio
quainahora - quase na hora
S
sápassado - Sábado passado
sessetembro - sete de setembro
T
tampar - jogar, lançar, arremessar
tidiguerra - tiro de guerra
tissodai - tira isso dai
tradaporta - atrás da porta
trem - coisa, qualquer coisa é um trem, mas nem todo trem é uma coisa.
trudia - outro dia
tupicão - também tropicão, quer dizer tropeço.
V
vidiperfumi - vidro de perfume
20 setembro 2006
O meu lugar
Você pode conhecer o mundo inteiro, mas só vai ser feliz e amar o lugar que conhecer por inteiro. E não digo isso geograficamente, é preciso conhecê-lo na essência. Não acredito amar um lugar sem conhecer tudo.
É preciso conhecer história, as ruas, os moradores, as escolas, as músicas, o teatro, os museus, o calçadão (se houver), o rio, o parque municipal, a praça central, o antigo prefeito, o novo padre, o pai-de-santo, o mendigo, a zona, a sacristia, o cachorro vira-lata... Uma cidade nunca é a mesma e nunca será igual novamente. E a nossa paixão, o amor por uma terra é dinâmico e cresce e muda e volta e vai e gira na mesma velocidade da lua cheia que ilumina a árvore sob a qual você aprendeu a namorar.
Conhecer o seu lugar é conhecê-lo de fora, em toda a sua ausência e saudade. Mas então talvez seja tarde e você já não more mais lá. Nem por isso deixa de ser o seu lugar amado. E para amar um lugar, não é preciso que ele seja perfeito, que ele seja eterno, ou completo. Podem faltar muitas coisas (talvez um mar), mas você sabe que pode chegar e tudo será seu pra sempre, pois é de todo mundo que ama esse lugar.
Quanto mais conheço o mundo mais amo o meu lugar. Quanto mais longe vou, mais perto estou, pois sei que o meu lugar vai comigo em meu coração. Amar o seu lugar é saber dos defeitos e pensar sempre em formas de melhorá-lo (talvez a distância o impeça de agir).
Amar o seu lugar é apresentá-lo, nem que seja em fotos, à pessoa amada e mostrar o quanto aquele pedaço de chão é importante e o quanto você o preza. Amar o seu lugar é poder um dia trazer seus filhos aos mesmos lugares em que você cresceu e falar (muitas vezes praticamente sozinho) de tudo que mudou nos últimos 10, 20, 30,..., 60 anos (já para os seus netos).
Amar o seu lugar é defendê-lo e mostrar que ninguém é melhor que ninguém, da mesma forma que nenhum lugar é melhor que outro lugar, a não ser pelos seres que o modificam, constroem, melhoram, destroem, degradam. Nenhum povo é melhor que outro povo, ele apenas é. A moral é cultural, o sol é uma questão de pele, o frio é uma questão de fogueira, o peixe nada conforme a maré. Tudo está em seu perfeito lugar e o meu lugar é em qualquer lugar do mundo, desde que meu coração leve consigo o meu lugar de verdade.
É preciso conhecer história, as ruas, os moradores, as escolas, as músicas, o teatro, os museus, o calçadão (se houver), o rio, o parque municipal, a praça central, o antigo prefeito, o novo padre, o pai-de-santo, o mendigo, a zona, a sacristia, o cachorro vira-lata... Uma cidade nunca é a mesma e nunca será igual novamente. E a nossa paixão, o amor por uma terra é dinâmico e cresce e muda e volta e vai e gira na mesma velocidade da lua cheia que ilumina a árvore sob a qual você aprendeu a namorar.
Conhecer o seu lugar é conhecê-lo de fora, em toda a sua ausência e saudade. Mas então talvez seja tarde e você já não more mais lá. Nem por isso deixa de ser o seu lugar amado. E para amar um lugar, não é preciso que ele seja perfeito, que ele seja eterno, ou completo. Podem faltar muitas coisas (talvez um mar), mas você sabe que pode chegar e tudo será seu pra sempre, pois é de todo mundo que ama esse lugar.
Quanto mais conheço o mundo mais amo o meu lugar. Quanto mais longe vou, mais perto estou, pois sei que o meu lugar vai comigo em meu coração. Amar o seu lugar é saber dos defeitos e pensar sempre em formas de melhorá-lo (talvez a distância o impeça de agir).
Amar o seu lugar é apresentá-lo, nem que seja em fotos, à pessoa amada e mostrar o quanto aquele pedaço de chão é importante e o quanto você o preza. Amar o seu lugar é poder um dia trazer seus filhos aos mesmos lugares em que você cresceu e falar (muitas vezes praticamente sozinho) de tudo que mudou nos últimos 10, 20, 30,..., 60 anos (já para os seus netos).
Amar o seu lugar é defendê-lo e mostrar que ninguém é melhor que ninguém, da mesma forma que nenhum lugar é melhor que outro lugar, a não ser pelos seres que o modificam, constroem, melhoram, destroem, degradam. Nenhum povo é melhor que outro povo, ele apenas é. A moral é cultural, o sol é uma questão de pele, o frio é uma questão de fogueira, o peixe nada conforme a maré. Tudo está em seu perfeito lugar e o meu lugar é em qualquer lugar do mundo, desde que meu coração leve consigo o meu lugar de verdade.
11 setembro 2006
No Caminho Certo
Muitas vezes, quando um grupo realiza um trabalho, pode ficar em dúvida se está realizando um bom trabalho ou apenas jogando esforço fora. Esse não é o caso muitos alunos daqui da URI - Campus de Erechim. Em especial, gostaria de citar os seguintes:
Daniel, João e Saulo compuseram o time "Pampa Coders" e foram os grandes vencedores da regional que foi realizada em Erechim. Agora, esse 3 garotos, junto com o "coach" do time, o Prof. Neilor Avelino Tonin, irão para o Rio de Janeiro para a final nacional, nos dias 10 e 11 de novembro desse ano. Meus parabéns e que ampliem ainda mais essa bem sucedida participação. Melissa, Roberto e Rodolfo são o segundo time da URI - Campus de Erechim, os "Overflow". Para primeira participação eles demonstraram uma grande vontade e espírito de cooperação e colaboração raro para alunos tão novos (dois deles são do 2º semestre).
Já Anderson, Ivan e Marcos são veteranos da Maratona, foram vencedores da regional de 2005 e ficaram em 24 º colocados na final. Os três não mediram esforços em auxiliar os colegas mais novos durante todo o período de treinamento e foram decisivos, graças à sua experiência, no auxílio na organização do evento. Juntamente com o Prof. Neilor, todos puderam mostrar mais uma vez como se faz um bom trabalho e que estão no caminho certo.
O sucesso (um conceito muito mais amplo que o da simples vitória) pode ser codificado em alguns verbos: participar, colaborar, acreditar, persistir e realizar. Parabéns aos meus alunos!!!
- Daniel Fernando Pigatto (GoogleBoy)
- João Paulo Orlando (BugFinder)
- Saulo Matté Madalozzo
- Roberto Busetto (Beto)
- Melissa Cristina Devens (Mel)
- Rodolfo Migon Favaretto
- Aderson Piccoli
- Ivan Brasil Fuzzer (Ubuntero)
- Marcos Andre Lucas
Daniel, João e Saulo compuseram o time "Pampa Coders" e foram os grandes vencedores da regional que foi realizada em Erechim. Agora, esse 3 garotos, junto com o "coach" do time, o Prof. Neilor Avelino Tonin, irão para o Rio de Janeiro para a final nacional, nos dias 10 e 11 de novembro desse ano. Meus parabéns e que ampliem ainda mais essa bem sucedida participação. Melissa, Roberto e Rodolfo são o segundo time da URI - Campus de Erechim, os "Overflow". Para primeira participação eles demonstraram uma grande vontade e espírito de cooperação e colaboração raro para alunos tão novos (dois deles são do 2º semestre).
Já Anderson, Ivan e Marcos são veteranos da Maratona, foram vencedores da regional de 2005 e ficaram em 24 º colocados na final. Os três não mediram esforços em auxiliar os colegas mais novos durante todo o período de treinamento e foram decisivos, graças à sua experiência, no auxílio na organização do evento. Juntamente com o Prof. Neilor, todos puderam mostrar mais uma vez como se faz um bom trabalho e que estão no caminho certo.
O sucesso (um conceito muito mais amplo que o da simples vitória) pode ser codificado em alguns verbos: participar, colaborar, acreditar, persistir e realizar. Parabéns aos meus alunos!!!
04 setembro 2006
Reavivando com poesias
Reavivando um pouco o blog, trago uma poesia nova.
SEGUINDO SEU OLHAR
Podia por horas
seguir seus olhos
na imagem virtual.
Não seria eu nem você,
seria a vida num rodamoinho.
Seu olhar sempre meu
aprisionado em cliques
e tiques desse coração
Tudo em calma
parece apenas.
Um olhar desconcerta
a calma aparente
que vê e sente.
Um sorriso
entre mechas caidas,
distante num Da Vinci,
Moderna Lisa,
no que der na idéia.
Nem faz idéia
que vejo seu olhar
todos os dias
e preciso ver.
Que quero ter
e não poderia.
E me acalmo
só em ver
virtual imagem
só minha.
É inevitável,
parece coincidência.
É mesmo inevitável,
nem que peça a Deus
nem que diga adeus,
nem amanhã,
nem depois,
nem sempre.
Mas sempre
seguindo seu olhar,
sem culpa,
sem desculpa,
sem que saiba,
que vejo seu olhar
todos os dias
e preciso ver
SEGUINDO SEU OLHAR
Podia por horas
seguir seus olhos
na imagem virtual.
Não seria eu nem você,
seria a vida num rodamoinho.
Seu olhar sempre meu
aprisionado em cliques
e tiques desse coração
Tudo em calma
parece apenas.
Um olhar desconcerta
a calma aparente
que vê e sente.
Um sorriso
entre mechas caidas,
distante num Da Vinci,
Moderna Lisa,
no que der na idéia.
Nem faz idéia
que vejo seu olhar
todos os dias
e preciso ver.
Que quero ter
e não poderia.
E me acalmo
só em ver
virtual imagem
só minha.
É inevitável,
parece coincidência.
É mesmo inevitável,
nem que peça a Deus
nem que diga adeus,
nem amanhã,
nem depois,
nem sempre.
Mas sempre
seguindo seu olhar,
sem culpa,
sem desculpa,
sem que saiba,
que vejo seu olhar
todos os dias
e preciso ver
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